O GUARDIÃO DO MOSTEIRO/Por Roberto Shinyashiki



Certo dia, num mosteiro zen budista, com a morte do guardião, foi preciso encontrar um substituto. O grande Mestre convocou, então, todos os discípulos para descobrir quem seria o novo sentinela.

O Mestre, com muita tranqüilidade, falou:

- Assumirá o posto, o monge que conseguir resolver primeiro o problema que eu vou apresentar.

Então, ele colocou uma mesinha magnífica no centro da enorme sala em que estavam reunidos e, em cima dela, pôs um vaso de porcelana muito raro, com uma rosa amarela de extraordinária beleza a enfeitá-lo. E disse apenas:
    - Aqui está o problema!  

Todos ficaram olhando a cena: o vaso belíssimo, de valor inestimável, com a maravilhosa flor ao centro! O que representaria? O que fazer? Qual o enigma? 

Nesse instante, um dos discípulos sacou a espada, olhou o Mestre, os companheiros, dirigiu-se ao centro da sala e ...Zapt!... destruiu tudo, com um só golpe. Tão logo o discípulo retornou a seu lugar, o Mestre disse:

- Você é o novo Guardião. Não importa que o problema seja algo lindíssimo. Se for um problema, precisa ser eliminado.
Um problema é um problema, mesmo que se trate de uma mulher sensacional, um homem maravilhoso ou um grande amor que se acabou. Por mais lindo que seja ou tenha sido, se não existir mais sentido para ele em sua vida, deve ser suprimido.

Muitas pessoas carregam a vida inteira, o peso de coisas que foram importantes no passado, mas que hoje somente ocupam espaço - um lugar indispensável para criar a vida.

Os orientais dizem:

- Para você beber vinho numa taça cheia de chá, é necessário primeiro jogar fora o chá para, então, beber o vinho.

Ou seja, para aprender o novo, é essencial desaprender o velho.
Limpe a sua vida, comece pelas gavetas, armários até chegar às pessoas do passado que não fazem mais sentido estar ocupando espaço em sua mente. Vai ficar mais fácil ser feliz.
         
                  
            Roberto Shinyashiki
        
        

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