O CANTO DO UIRAPURU


O uirapuru (Cyphorhinus aradus) é uma ave canora conhecida pelo seu canto particularmente elaborado, o que justifica que também seja conhecido vulgarmente como músico ou corneta. É reconhecido, também, apenas por uirapuru ou arapuru, guirapuru, rendeira, tangará ou virapuru. O termo é originário da língua Tupi-guarani "wirapu 'ru" e aplica-se ainda a outros trogloditíneos e pipríneos amazônicos.

É famoso pelo seu canto e pelas lendas que o envolvem. É usado como talismã para trazer sorte na vida e no amor, sendo empalhado ou utilizado a sua pele.

No folclore do norte do Brasil, o uirapuru é conhecido por ter um dos mais belos cantos entre as aves, fazendo com que todos os outros pássaros param de cantar para ouvi-lo. Também se diz que, por lembrar um flautim, flauta ou clarinete, o canto do uirapuru inspiraria poetas.

O compositor Villa-Lobos compôs em 1917 o poema sinfônico "Uirapuru", baseado em material do folclore coletado em viagens pelo interior do Brasil. Na lenda que inspirou a obra, o pássaro encantado - "rei do amor" - é flechado no coração por uma moça embevecida com a suave canção e transforma-se em um bonito jovem.

O canto do uirapuru pode ser curto e forte, quando pretende demonstrar domínio do território; ou longo e melodioso, quando sua intenção é a atração sexual. Dura de 10 a 15 minutos ao amanhecer e ao anoitecer, na época da construção do ninho, e canta apenas cerca de quinze dias por ano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário