O poema do amor perfeito/ Por: Chögyam Trungpa


O poema do amor perfeito

Por: Chögyam Chögyam Trungpa Sogyal Sogyal Lama Zopa

Há uma linda montanha nevada
Com nuvens serenas enroladas em volta dos ombros.
O ar circundante está repleto de amor e paz.
O que vai ser é o que é,
Isso é amor.

Não há medo de saltar para o espaço imensurável do amor.
Caindo de amor?
Ou, Você está adentrando no amor?
Tais perguntas não podem ser respondidas,
Porque nesta paz de uma presença onipresente,
Ninguém está dentro e ninguém está caindo.
Ninguém é possuído pelo outro.

Eu vejo um belo parque
Que alguns podem chamar de céu,
Outros podem considerá-la como uma armadilha do inferno.
Mas, eu, Chögyam, não me importo.

No parque, belas Dakinis estão segurando tambores de mão, flautas e sinos.
Algumas delas, que estão dançando, seguram chamas, água, um rouxinol,
Ou todo o globo terrestre com as galáxias em torno dele.

Estas Dakinis podem executar sua dança de morte ou nascimento ou doença,
Eu ainda fico completamente intoxicado, apaixonado.
E com esse amor, eu as assisto rodar.

Esta performance é onipresente e universal,
Assim, o ressoante som do mantra é ouvido
Como uma bela canção das Dakinis.

Entre elas, há uma Dakini com um único olho,
E o cabelo turquesa soprado suavemente pelo vento.
Ela envia uma canção de amor e a música é assim:
HUM HUM HUM
Se não houver nenhuma alegria de Mahamudra na forma,
Se não houver nenhuma alegria de Mahamudra na fala,
Se não houver nenhuma alegria de Mahamudra na mente,
Como você entenderia
Que nós Dakinis somos a mãe, irmã, empregada e esposa.
E ela grita com tal voz penetrante, dizendo:
Venha, venha, venha
HUM HUM HUM
Junte-se ao círculo de EH e VAM.

Então eu soube que deveria render-me à dança
E juntar-me ao círculo de Dakinis.
Como a confluência de dois rios ,
EH o feminino e VAM o masculino,
Encontrando-se no círculo da dança.

Inesperadamente, quando me abri para o amor, eu fui aceito.
Portanto, não há questionamento, nem hesitação,
Estou completamente imerso na toda poderosa, alegre mandala de Dakini.
E aqui eu encontrei a convicção inabalável de que o amor é universal.
Cinco chakras do corpo repletos de amor,
Amor sem questionamentos, amor sem posses.

Este amor é o padrão de Mahamudra, o amor universal.
Então eu danço com os oitenta Siddhas e os dois mil aspectos das Dakinis,
E eu vou dançar carregando o fardo da cruz.
Ninguém me abandonou.
É uma tão jubilosa dança do amor, minha parceira e eu unidos.

Assim, o límpido e sereno ar da montanha
Gentilmente sopra as nuvens,
Um bonito lenço de seda cerca seu entorno.
Os Himalaias com seus altos picos nevados estão dançando,
Juntando-se ao meu ritmo na dança,
Juntando-se à quietude, o movimento mais respeitável de todos.

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