O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (20), em seu pronunciamento ao povo brasileiro, que EUA e Brasil não dever ser parceiros 'sênior' e 'júnior', mas parceiros iguais.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (20), em seu pronunciamento ao povo brasileiro, que EUA e Brasil não dever ser parceiros 'sênior' e 'júnior', mas parceiros iguais. Obama começou o discurso no Theatro Municipal, no Rio, informalmente, dizendo 'oi, Rio de Janeiro!', 'Alô, cidade maravilhosa!' e 'Boa tarde a todo o povo brasileiro!' em um português com sotaque.

O primeiro presidente negro dos EUA agradeceu ao 'calor e à generosidade' com que o povo brasileiro recebeu-o e à sua família nestes dois dias de sua primeira visita oficial ao país.

Ele disse que 'soube que tem um jogo importante de futebol' entre Vasco x Botafogo neste domingo no Rio e que 'o povo brasileiro leva o futebol a sério', então agradeceu aos presentes que preferiram prestigiá-lo.

Ele lembrou que sua primeira lembrança do Brasil foi ter isto o filme brasileiro 'Orfeu da Conceição', de Marcel Camus, quando era criança, com sua mãe. Obama afirmou que sua mãe, já falecida. jamais poderia imaginar que sua primeira viagem ao Brasil seria como presidente dos EUA.


Obama também disse que nunca imaginou que este país era tão bonito, citando a canção 'País Tropical', de Jorge Ben Jor. O americano falou que viu beleza tanto na natureza como nos grupos humanos brasileiros, referindo-se vários estados, como Rio, São Paulo e Minas.

O democrata chamou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, de 'maravilhosa presidente' e comemorou a oportunidade que teve de conversar com ela na véspera, em Brasília. Obama disse que queria falar com o povo brasileiro sobre o que os países podem fazer no futuro. Ele lembrou que as origens históricas dos dois países são semelhantes, desde a colonização até a luta contra a escravidão.

Obama lembrou que os EUA foram o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil e lembrou também da atuação conjunta dos dois países na Segunda Guerra Mundial. 'No Brasil, vocês lutaram por duas décadas durante a ditadura, pelo direito de serem ouvidos', lembrou.

Mas, segundo ele, estes dias acabaram, e hoje o Brasil é uma democracia, onde 'uma criança pobre de Pernambuco' pode chegar à Presidência, em uma alusão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele voltou a falar sobre o fato de o país ter conseguido tirar 'milhões' da pobreza.

Obama também lembrou sua visita à Cidade de Deus, mais cedo neste domingo, que, segundo ele, foi 'resgatada do medo'. Ele disse que o Brasil saiu da posição de precisar de ajuda de outros países, e hoje ajuda outros países. Ele lembrou que o Brasil vai 'receber' o mundo com a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Obama brincou com o fato de que o Rio 'não era sua cidade favorita' para os jogos. Ele torcia por Chicago, sua base política. Ele voltou a dizer que o Brasil não é mais 'o país do futuro', mas já colhe os frutos do desenvolvimento. Obama disse que o povo americano não só reconhece, mas torce pelo progresso do papel.

Japão - Ele lembrou a catástrofe do Japão, citando o fato de o Brasil ter uma grande colônia japonesa. Obama prometeu ficar ao lado dos japoneses até a recuperação. Obama voltou a lembrar que EUA e Brasil comungam de muitos valores, como o respeito à educação e à democracia. Ele disse que os milhões de brasileiros que chegaram à classe média não fizeram isso em uma economia fechada.

'A democracia é o maior parceiro do progresso humano', disse Obama, sob palmas. Obama disse que EUA e Brasil devem trabalhar em conjunto, mesmo quando estejam discordando. 'Nós sabemos que diferentes nações escolhem diferentes caminhos para a democracia', disse.

Dilma - Obama voltou a falar sobre a passagem do Brasil da ditadura à democracia e referiu-se à presidente Dilma e ao seu passado de militância durante o regime ditatorial. 'Essa mulher sabe o que é vencer, e ela é a presidente Dilma Rousseff', disse Obama, também sob aplausos.

Obama celebrou o fato de Brasil e EUA serem países onde 'pessoas comuns' fizeram 'coisas extraordinárias', com seu passado de países feitos por imigrantes.


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