SEXTA FEIRA SANTA/ POR GIBRAN KALIL (Século 19)

SEXTA-FEIRA SANTA

Hoje, e em cada sexta-feira Santa, a humanidade acorda de seu sono profundo e, em pé ante as sombras do século, olha através das lágrimas o Monte Gólgota para ver Jesus crucificado em sua cruz...

Mas assim que o sol se põe, a humanidade volta a ajoelhar-se perante os ídolos que se erguem sobre todos os montes.
Hoje, guiados pela recordação, as almas dos cristãos dirigem-se de todos os cantos do mundo às cercanias de Jerusalém para contemplar uma sombra coroada de espinhos, que estende os braços até o infinito e penetra, através do véu da morte, as profundidades da vida.

Mas, mal as cortinas da noite tenham descido sobre o palco do dia, os cristãos voltam a deitar-se à sombra do esquecimento, embalados pela ignorância e a indolência.

Hoje, e em cada Sexta-Feira Santa, os filósofos abandonam suas grutas escuras, os pensadores, seus eremitérios frios, e os poetas, seus vales de quimeras, para se reunirem numa alta montanha e escutarem, calados e reverentes, um jovem dizer de seus assassinos:

"Pai, perdoa lhes porque não sabem o que fazem".

Mas, mal a quietude tenha apagado os ruídos do dia, os filósofos, pensadores e poetas voltam a envolver suas almas nas mortalhas de livros gastos.

As mulheres distraídas pelo brilho da vida, apaixonadas por jóias e vestidos, saem hoje de suas casas para ver a mulher dolorida, de pé frente à cruz como uma árvore flexível frente às tempestades do inverno.

Os jovens e as jovens que se deixam levar pela corrente da vida sem saber aonde vão, param hoje um instante para contemplar a Madalena lavando com suas lágrimas o sangue que mancha os pés do homem erguido entre a terra e o céu.
Mas, quando se cansam desse espetáculo, desviam os olhos e continuam seu caminho entre risadas.

Num dia como este, todos os anos, a humanidade acorda com o despertar da primavera e chora pelos sofrimentos de Cristo; mas, depois, fecha os olhos e se entrega a um sono profundo.

A humanidade é uma mulher que se deleita em se lamentar pelos heróis do séculos.

Se fosse homem, regozijar-se-ia pela sua grandeza e suas glórias.

A humanidade vê Jesus o Nazareno nascendo e vivendo como um pobre, ofendido como um fraco, crucificado como um criminoso, e chora-o e lamenta-o.
E é tudo o que ela faz.

Desde há dezenove séculos, adoram a fraqueza na pessoa de Jesus, conquanto Jesus fosse um forte.

Mas eles não compreendem o sentido da verdadeira força.

Jesus não viveu como um covarde, nem morreu sofrendo e queixando-se.

Viveu como um revolucionário, e foi crucificado como um rebelde, e morreu como um herói.

Não era Jesus um pássaro de asas partidas, mas uma tempestade violenta que quebra, com sua força, todas as asas tortas.

Jesus não veio do além do horizonte azul para fazer da dor o símbolo da vida, mas para fazer da vida o símbolo da verdade e da liberdade.

Jesus não receou seus perseguidores, e não temeu seus inimigos, e não sofreu nas mãos de seus executores, mas era livre à face de todos, audacioso para com a injustiça e a tirania: quando via tumores pútridos, puncionáva-os; quando ouvia o mal falar, impunha-lhe silêncio; quando encontrava a hipocrisia, esmagava-a.

Jesus não desceu ao mundo da luz para destruir as nossas casas e, com suas pedras construir conventos e eremitérios.
Não veio para tirar os homens fortes de suas ocupações e fazer deles monges e padres.

Mas veio para insuflar na atmosfera deste mundo uma alma nova e forte que destrói, até as fundações, os tronos elevados sobre os crânios e desmantela os palácios erguidos sobre os túmulos, e derruba os ídolos impostos aos espíritos fracos e humildes.

Jesus não veio ensinar os homens a elevar igrejas suntuosas ao lado de casebres miseráveis e de habitações frias e escuras, mas veio para fazer do coração do homem um templo, e de sua alma um altar, e de sua mente um sacerdote.

Eis o que Jesus o Nazareno fez, e eis os princípios que pregou e pelos quais se deixou crucificar por sua própria vontade.
E se os homens fossem mais penetrantes, celebrariam a data de hoje com alegria, e risos e canções de vitória e de triunfo.

E tu, gigante crucificado, que olhas do alto do Gólgota as caravanas dos séculos; que ouves o barulho dos povos, que compreendes os sonhos da eternidade, tu és, sobre tua cruz manchada de sangue, mais majestoso e mais soberbo que mil reis com mil tronos e mil reinos.

E tu és, entre a agonia e a morte, mais poderoso e mais temível que mil generais com mil exércitos e mil troféis.

Tu és, na tua melancolia, mais alegre que a primavera com suas flores.

Tu és, nas tuas dores, mais sereno que os anjos em seu paraíso.

Tu és na mão dos carrascos, mais livre que a luz do sol.

A coroa de espinhos em tua cabeça mais formosa e mais augusta que a coroa de Buhram, e o prego na palma de tua mão é mais imponente que o cetro de Muchtary.

E as gotas de sangue que correm em teus pés são mais brilhantes que as jóias de Astarté.

Perdoa, pois, a esses fracos que se lamentam sobre ti, em vez de se lamentarem sobre si mesmos.

Perdoa-lhes porque não sabem que venceste a morte pela morte,
e deste vida aos que estão nos túmulos.

Gibran Khalil Gibran, (Livro Parábolas)
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Tags: Gibran Khalil Gibran, Jesus, Sexta-feira

SEXTA FEIRA SANTA /POR GIBRAN KALIL (Século 19)



SEXTA-FEIRA SANTA

Hoje, e em cada sexta-feira Santa, a humanidade acorda de seu sono profundo e, em pé ante as sombras do século, olha através das lágrimas o Monte Gólgota para ver Jesus crucificado em sua cruz...

Mas assim que o sol se põe, a humanidade volta a ajoelhar-se perante os ídolos que se erguem sobre todos os montes.
Hoje, guiados pela recordação, as almas dos cristãos dirigem-se de todos os cantos do mundo às cercanias de Jerusalém para contemplar uma sombra coroada de espinhos, que estende os braços até o infinito e penetra, através do véu da morte, as profundidades da vida.

Mas, mal as cortinas da noite tenham descido sobre o palco do dia, os cristãos voltam a deitar-se à sombra do esquecimento, embalados pela ignorância e a indolência.

Hoje, e em cada Sexta-Feira Santa, os filósofos abandonam suas grutas escuras, os pensadores, seus eremitérios frios, e os poetas, seus vales de quimeras, para se reunirem numa alta montanha e escutarem, calados e reverentes, um jovem dizer de seus assassinos:

"Pai, perdoa lhes porque não sabem o que fazem".

Mas, mal a quietude tenha apagado os ruídos do dia, os filósofos, pensadores e poetas voltam a envolver suas almas nas mortalhas de livros gastos.

As mulheres distraídas pelo brilho da vida, apaixonadas por jóias e vestidos, saem hoje de suas casas para ver a mulher dolorida, de pé frente à cruz como uma árvore flexível frente às tempestades do inverno.

Os jovens e as jovens que se deixam levar pela corrente da vida sem saber aonde vão, param hoje um instante para contemplar a Madalena lavando com suas lágrimas o sangue que mancha os pés do homem erguido entre a terra e o céu.
Mas, quando se cansam desse espetáculo, desviam os olhos e continuam seu caminho entre risadas.

Num dia como este, todos os anos, a humanidade acorda com o despertar da primavera e chora pelos sofrimentos de Cristo; mas, depois, fecha os olhos e se entrega a um sono profundo.

A humanidade é uma mulher que se deleita em se lamentar pelos heróis do séculos.

Se fosse homem, regozijar-se-ia pela sua grandeza e suas glórias.

A humanidade vê Jesus o Nazareno nascendo e vivendo como um pobre, ofendido como um fraco, crucificado como um criminoso, e chora-o e lamenta-o.
E é tudo o que ela faz.

Desde há dezenove séculos, adoram a fraqueza na pessoa de Jesus, conquanto Jesus fosse um forte.

Mas eles não compreendem o sentido da verdadeira força.

Jesus não viveu como um covarde, nem morreu sofrendo e queixando-se.

Viveu como um revolucionário, e foi crucificado como um rebelde, e morreu como um herói.

Não era Jesus um pássaro de asas partidas, mas uma tempestade violenta que quebra, com sua força, todas as asas tortas.

Jesus não veio do além do horizonte azul para fazer da dor o símbolo da vida, mas para fazer da vida o símbolo da verdade e da liberdade.

Jesus não receou seus perseguidores, e não temeu seus inimigos, e não sofreu nas mãos de seus executores, mas era livre à face de todos, audacioso para com a injustiça e a tirania: quando via tumores pútridos, puncionáva-os; quando ouvia o mal falar, impunha-lhe silêncio; quando encontrava a hipocrisia, esmagava-a.

Jesus não desceu ao mundo da luz para destruir as nossas casas e, com suas pedras construir conventos e eremitérios.
Não veio para tirar os homens fortes de suas ocupações e fazer deles monges e padres.

Mas veio para insuflar na atmosfera deste mundo uma alma nova e forte que destrói, até as fundações, os tronos elevados sobre os crânios e desmantela os palácios erguidos sobre os túmulos, e derruba os ídolos impostos aos espíritos fracos e humildes.

Jesus não veio ensinar os homens a elevar igrejas suntuosas ao lado de casebres miseráveis e de habitações frias e escuras, mas veio para fazer do coração do homem um templo, e de sua alma um altar, e de sua mente um sacerdote.

Eis o que Jesus o Nazareno fez, e eis os princípios que pregou e pelos quais se deixou crucificar por sua própria vontade.
E se os homens fossem mais penetrantes, celebrariam a data de hoje com alegria, e risos e canções de vitória e de triunfo.

E tu, gigante crucificado, que olhas do alto do Gólgota as caravanas dos séculos; que ouves o barulho dos povos, que compreendes os sonhos da eternidade, tu és, sobre tua cruz manchada de sangue, mais majestoso e mais soberbo que mil reis com mil tronos e mil reinos.

E tu és, entre a agonia e a morte, mais poderoso e mais temível que mil generais com mil exércitos e mil troféis.

Tu és, na tua melancolia, mais alegre que a primavera com suas flores.

Tu és, nas tuas dores, mais sereno que os anjos em seu paraíso.

Tu és na mão dos carrascos, mais livre que a luz do sol.

A coroa de espinhos em tua cabeça mais formosa e mais augusta que a coroa de Buhram, e o prego na palma de tua mão é mais imponente que o cetro de Muchtary.

E as gotas de sangue que correm em teus pés são mais brilhantes que as jóias de Astarté.

Perdoa, pois, a esses fracos que se lamentam sobre ti, em vez de se lamentarem sobre si mesmos.

Perdoa-lhes porque não sabem que venceste a morte pela morte,
e deste vida aos que estão nos túmulos.

Gibran Khalil Gibran, (Livro Parábolas)
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Tags: Gibran Khalil Gibran, Jesus, Sexta-feira

''QUE MUNDO ...MARAVILHOSO!!!''


ESTA CANÇÃO É UM LOUVOR...À VIDA...À DEUS...E À SUA CRIAÇÃO!!!(então,ao final dela...eu declamo,com o coração irradiado...de gratidão e fraternidade...)
QUE ASSIM SEJA!!!!
UM EXELENTE DOMINGO PRA VOCES!!!
RONITA

Garth Brooks standing outside the fire official (IMPERDÍVEL ESTE VÍDEO!!)



TRADUÇÃO
Ficando do lade de fora do fogo
Nós os chamamos de calmos
aqueles corações que não tem cicatrizes pra mostrar
aqueles que nunca deixam ir embora
e arriscam as viradas de mesa

Nós os chamamos de tolos
os que tem que dançar por entre a chama
os que arriscam a tristeza e a vergonha
que sempre vem ao se queimar

Mas você tem que ser forte quando consumido pelo desejo
Porque não é suficiente apenas ficar do lado de fora do fogo

Nós os chamamos de fortes
aqueles que podem encarar esse mundo a sós
que parecem se virar sozinhos
aqueles que nunca aceitaram a queda

Nós os chamamos de fracos
os que são incapazes de resistir
à mais exígua chance de que pode existir amor
e por causa disso abandonam tudo

Eles são tão determinados em oferecer,
andando sobre um fio
convencidos de que não é viver
se você ficar do lado de fora do fogo

Ficando do lado de fora do fogo
Ficando do lado de fora do fogo
A vida não é experimentada, é meramente sobrevivida
se você está ficando do lado de fora do fogo

Existe esse amor que está queimando
fundo na minha alma
constantemente anseando
por sair de controle
Querendo voar alto e mais alto
Eu não posso me conformar
em ficar do lado de fora do fogo

Ficando do lado de fora do fogo
Ficando do lado de fora do fogo
a vida não é experimentada, é meramente sobrevivida
se você está ficando do lado de fora do fogo

Lamentamos com grande pesar junto à todos,a Bestialidade na Escola no Realengo,no RJ,desta manhã...

''O Inferno é vazio, e todos os demonios estão aqui ¨. (Gaiman e Pratchett)''



Homem invade escola e mata 12 alunos no Rio. O Corpo de Bombeiros confirmou 12 mortos, além do atirador, que era um ex-aluno da escola. Leia em http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/899433-bombeiros-confirmam-12-alunos-mortos-por-atirador-no-rio.shtml



HUMILDADE...


Você já deve ter ouvido muitas vezes a palavra humildade, não é mesmo? Essa palavra é muito usada, mas nem todas as pessoas conseguem entender o seu verdadeiro significado. O termo humildade vem de húmus, palavra de origem latina que quer dizer terra fértil, rica em nutrientes e preparada para receber a semente. Assim, uma pessoa humilde está sempre disposta a aprender e deixar brotar no solo fértil da sua alma, a boa semente. A verdadeira humildade é firme, segura, sóbria, e jamais compartilha com a hipocrisia ou com a pieguice. A humildade é a mais nobre de todas as virtudes pois somente ela predispõe o seu portador, à sabedoria real. O contrário de humildade é orgulho, porque o orgulhoso nega tudo o que a humildade defende. O orgulhoso é soberbo, julga-se superior e esconde-se por trás da falsa humildade ou da tola vaidade. Alguns exemplos talvez tornem mais claras as nossas reflexões. Quando, por exemplo, uma pessoa humilde comete um erro, diz: "eu me equivoquei", pois sua intenção é de aprender, de crescer. Mas quando uma pessoa orgulhosa comete um erro, diz: "não foi minha culpa", porque se acha acima de qualquer suspeita. A pessoa humilde trabalha mais que a orgulhosa e por essa razão tem mais tempo. Uma pessoa orgulhosa está sempre "muito ocupada" para fazer o que é necessário. A pessoa humilde enfrenta qualquer dificuldade e sempre vence os problemas. A pessoa orgulhosa dá desculpas, mas não dá conta das suas obrigações e pendências. Uma pessoa humilde se compromete e realiza. Uma pessoa orgulhosa se acha perfeita. A pessoa humilde diz: "eu sou bom, porém não tão bom como eu gostaria de ser". A pessoa humilde respeita aqueles que lhe são superiores e trata de aprender algo com todos. A orgulhosa resiste àqueles que lhe são superiores e trata de pôr-lhes defeitos. O humilde sempre faz algo mais, além da sua obrigação. O orgulhoso não colabora, e sempre diz: "eu faço o meu trabalho". Uma pessoa humilde diz: "deve haver uma maneira melhor para fazer isto, e eu vou descobrir". A pessoa orgulhosa afirma: "sempre fiz assim e não vou mudar meu estilo". A pessoa humilde compartilha suas experiências com colegas e amigos, o orgulhoso as guarda para si mesmo, porque teme a concorrência. A pessoa orgulhosa não aceita críticas, a humilde está sempre disposta a ouvir todas as opiniões e a reter as melhores. Quem é humilde cresce sempre, quem é orgulhoso fica estagnado, iludido na falsa posição de superioridade. O orgulhoso se diz céptico, por achar que não pode haver nada no universo que ele desconheça, o humilde reverencia ao criador, todos os dias, porque sabe que há muitas verdades que ainda desconhece. Uma pessoa humilde defende as idéias que julga nobres, sem se importar de quem elas venham. A pessoa orgulhosa defende sempre suas idéias, não porque acredite nelas, mas porque são suas. Enfim, como se pode perceber, o orgulho é grilhão que impede a evolução das criaturas, a humildade é chave que abre as portas da perfeição.  Pense nisso!  Você sabe por quê o mar é tão grande? Tão imenso? Tão poderoso? É porque foi humilde o bastante para colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, se quisesse ficar acima de todos os rios, não seria mar, seria uma ilha. E certamente estaria isolado.

 Pense nisso!  

Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

O PÁLIDO PONTO AZUL...

LENDA ÁRABE



Diz uma lenda árabe que dois amigos viajavam pelo deserto e, em um determinado ponto da viagem, discutiram. O outro, ofendido, sem nada a dizer, escreveu na areia:

HOJE, MEU MELHOR AMIGO ME BATEU NO ROSTO.

Seguiram e chegaram a um oásis onde resolveram banhar-se. O que havia sido esbofeteado começou a afogar-se sendo salvo pelo amigo. Ao recuperar-se pegou um estilete e escreveu numa pedra:

HOJE, MEU MELHOR AMIGO SALVOU-ME A VIDA.

Intrigado, o amigo perguntou:
"Por que depois que te bati, você escreveu na areia e agora escreveu na pedra?"

Sorrindo, o outro amigo respondeu:
"Quando um grande amigo nos ofende, devemos escrever na areia, onde o vento do esquecimento e do perdão se encarregam de apagar; Porém, quando nos faz algo grandioso, devemos gravar na pedra da memória do coração, onde vento nenhum do mundo poderá apagar!"